No dia 07 de setembro, tive o privilégio de vivenciar algo que vai além de qualquer descrição: a Grande Muralha da China. Uma das Sete Maravilhas do Mundo, esse monumento é muito mais do que uma obra de defesa. Ele carrega em cada tijolo, em cada pedra, séculos de história, luta e transformação.
A Grande Muralha, com seus impressionantes mais de 6 mil quilômetros, foi construída ao longo de várias dinastias chinesas, começando no século III a.C., como uma defesa contra invasores nômades. Era uma linha de proteção física, mas também psicológica – um símbolo de força, resistência e do desejo de proteger o império. Milhares de trabalhadores dedicaram suas vidas à construção dessa muralha, enfrentando condições extremas. Suas histórias estão gravadas nas pedras, e é impossível não sentir a grandiosidade desse esforço humano ao caminhar por ela.
Hoje, a Muralha é um ponto de integração. O que antes servia como barreira para proteger a China do mundo exterior, agora atrai turistas de todas as partes do planeta. Eu pude ver caravanas de árabes, europeus, americanos, asiáticos, latinos – famílias inteiras, de crianças a idosos, todos conectados pela mesma curiosidade e respeito. E para nós, esse encontro foi muito mais do que um passeio turístico. Foi uma oportunidade de imersão em uma parte essencial da história e cultura chinesas, e de refletir sobre a importância dessa experiência para nossa própria trajetória.




Caminhar pela Muralha não é apenas um exercício físico. Cada degrau, cada curva, carrega uma vibração histórica que nos conecta com o passado, mas também nos desafia a olhar para o presente. Imaginei os homens em suas vigílias constantes, guardando essa imensa muralha, e a transformação de seu significado ao longo dos séculos. Hoje, a Muralha é um símbolo de orgulho, um lugar onde o passado encontra o presente, e onde podemos vislumbrar a força e a resiliência do povo chinês.
Mas essa jornada à Muralha tinha um propósito muito específico para nós. Nosso grupo é composto por profissionais de saúde do SUS, especialistas em Medicina Tradicional Chinesa (MTC), trazidos à China pelo governo chinês. Essa é mais do que uma simples viagem de aprimoramento profissional. É um momento histórico de aproximação entre a prática da MTC e a saúde do povo brasileiro. Estamos aqui para aprender, sim, mas também para integrar duas culturas de cura, duas formas de ver e tratar o ser humano.
A Medicina Tradicional Chinesa, com sua sabedoria milenar, vê o corpo humano como parte de um todo, em constante busca pelo equilíbrio entre o Yin e o Yang. E essa filosofia, tão profundamente enraizada na cultura chinesa, é o que queremos levar de volta ao Brasil – não apenas como uma prática terapêutica, mas como uma forma de ver o outro, de cuidar, de curar.
Na nossa caminhada pela Muralha, o que vi no olhar de meus colegas foi mais do que admiração pelo monumento. Vi o desejo de absorver essa sabedoria, de trazer para a realidade brasileira uma nova forma de cuidar da saúde. Cada um de nós está aqui com um propósito maior, e a conexão entre nossas culturas se torna cada vez mais clara. Não estamos aqui por acaso. O convite do governo chinês para que estivéssemos aqui reforça a importância dessa troca – uma oportunidade de aproximar ainda mais as práticas de cura entre nossos povos.
Enquanto subíamos os degraus da Muralha, percebi que, assim como esse monumento, nossas jornadas pessoais e profissionais também são feitas de resistência e transformação. A Muralha não é apenas uma lembrança do passado; ela é uma ponte para o futuro. Estamos aqui para construir essa ponte, integrando os conhecimentos da MTC com as necessidades do povo brasileiro. A cura, em seu sentido mais profundo, passa pela conexão – e é isso que estamos aqui para fazer.
Essa expedição é mais do que um desafio físico. Ela é um convite a refletir sobre nossa missão como profissionais da saúde, sobre nosso papel em transformar a realidade de quem atendemos. A Muralha nos lembra que, assim como ela, nós também somos capazes de resistir, de evoluir, e de nos conectar com algo maior – em nós mesmos e no outro.
2 Comentários
“Nada é por acaso”
“Tudo a seu tempo”
Não existem coincidências …
Todos somos UM …
Parabéns por estar fazendo de tudo para experenciar, em plenitude, esta grande oportunidade de crescimento e evolução pessoal, cujo lucro não é só seu … é de todos.
Parabéns por ser este instrumento, tão útil, e por saber usar as ferramentas que estão sendo disponibilizadas a você …
Beijo grande …
Abração …
Incrível! Imagens lindas!
É mesmo muralha de proteção e ponte para tantos “mundos” !
Quero muito ouvir mais das suas histórias, quando voltar!
Boa viagem!